Roma, Itália
O sol de inverno faz mal à cabeça. Dá-lhe ideias. Põe-na a pensar em coisas de felicidade. Constrói um microclima emocional propício à formação de projetos. Um anacronismo que traz o nariz hibernado para fora da toca.
Atravessar um inverno pressupõe penitência. Abraçar o crepúsculo em arrepio, ler à candeia e desenterrar mortalhas. Quando a bola de naftalina se expõe à bola de fogo, sua o baço depressivo com uns bonitos reflexos circundantes.
Este sol destrói o equilíbrio entre o bem e o mal-estar, efabulando a vida como um refresco. E a realidade, assim provocada, retalia na forma de uma bela dor de cabeça.