Kairouan, Tunísia
Entrei descalço. Enrolado na cintura, um pano longo, usado por muitos, disfarçava a falta de fé. O chão, morno e bafiento, dava aos passos um silêncio desconfortável. Rapidamente fui levado por pátios curtos e lanços de escadas sem degraus enquanto era impudicamente envolvido por tecidos húmidos em busca de calor. A nossa passagem era displicentemente seguida por olhares que cumpriam tarefas.
Caminhamos assim por quatorze dias e dezasseis noites.
Violentamente fui empurrado por uma pesada porta ornamentada e caí de joelhos no interior de uma sala asfixiante. A toda a volta centenas de milhares de sapatos erguiam-se em paredes desconcertantes. O próprio tecto era uma teia de sandálias penduradas em cordões de pele. O cheiro a animal era profundo. Tinha chegado ao meu destino. Só me perguntava como iria sair dali calçado.
20090529
Kairouan, Tunísia
Entrei descalço. Enrolado na cintura, um pano longo, usado por muitos, disfarçava a falta de fé. O chão, morno e bafiento, dava aos passos um silêncio desconfortável. Rapidamente fui levado por pátios curtos e lanços de escadas sem degraus enquanto era impudicamente envolvido por tecidos húmidos em busca de calor. A nossa passagem era displicentemente seguida por olhares que cumpriam tarefas.
Caminhamos assim por quatorze dias e dezasseis noites.
Violentamente fui empurrado por uma pesada porta ornamentada e caí de joelhos no interior de uma sala asfixiante. A toda a volta centenas de milhares de sapatos erguiam-se em paredes desconcertantes. O próprio tecto era uma teia de sandálias penduradas em cordões de pele. O cheiro a animal era profundo. Tinha chegado ao meu destino. Só me perguntava como iria sair dali calçado.
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