20100917

Ilhas Cies, Galiza, Espanha Há qualquer coisa de assustador num arbusto. Numa moita há, quando muito, uma coisa qualquer. Agora num bueiro sombrio, isso já é outra história e começa assim: “O último raio de sol penetrava a sarjeta, morno e indiferente à sua condição estéril.” Os estudiosos que seguem, na última década, a migração rolada do arbusto seco norte-americano, começam a suspeitar que isso não os está a levar a lado nenhum, que estão a ser ludibriados pela astuciosa carcaça. No seu desespero percebe-se o quanto de sofrimento humano há na pose petrificada de um galho. À flor da pele abrem-se nervuras e fecham-se as larvas que nos vão ratando aos poucos. É por isso que a água das jarras muda; pelo medo de envelhecer.

1 comentário:

João Menéres disse...

OUTRA MARAVILHA !