20120119
S21, Phnom Penh, Cambodja
Entro desperto, na cidade dormitório; uma de muitas, daquele país encravado entre tantos outros. Enquanto caminho pela rua sonâmbula, esfrego os olhos às inúmeras artérias que a cortam aos pedaços. O passeio que piso, já aguentou tantos mil passos e intenções de caminho, que se tornou, ele próprio, numa espécie de metrópole.
O emaranhado de possibilidades esgota o mapa que se dobra na minha cabeça. Refugio-me numa casa - abrindo um portão, cruzando um caminho, empurrando sorrateiramente a porta com um dedo esticado - em busca de unidade; mas a casa tem degraus, carrocéis de degraus a ondular entre os pisos. E quadros. As paredes, já delas tantas, mascaram-se de outros lados, surreais, e fingem ter janelas impressionantes.
Não consigo ver uma só coisa. Tudo se desdobra em demasiadas hipóteses, para mal das minhas indecisões. É então que, já cansado, descubro uma única pessoa, sentada à mesa; um indivíduo com, parece-me distinguir, uma personalidade vincada.
Aliviado, peço-lhe uma opinião concreta, mas quando ele começa a falar, não consigo ouvir nada, tal é a algazarra da gente que, dele, enche o enorme salão.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário