Roma, Itália
A loiça lavada escorre resplandecente. Deitada de bruços goza o latejar quente de um corpo desengordurado. O pio leva-lhe os pecados na água que some. Para trás fica uma história suja escrita em linhas de borra.
Com um gargarejo a tubagem aquieta-se. Peneiradas no ralo ficaram as coisas demasiado grandes ou demasiado sinuosas para serem esquecidas. Restos difíceis de digerir, nervos regurgitados. Tudo o que é ostracizado e teima em permanecer, ameaça assim a mais pura ideia de renovação. Felizmente que a crueldade deste crivo desaparece facilmente com duas pancadas no lixo.
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