20110203

Phnom Penh, Cambodja Um C de campo, cheio de voluptuosas beringelas da Índia, aquelas roxas de pedúnculo verde que nos fazem diabretes. Depois um A, de fim de zebra labiríntica, criatura onde só nos conseguimos perder, pois nunca a encontramos quieta. No N nada vigorosa, em pernada de barbatana, pondo a vaga num tubo que se desenrola em água morna. Quem se chega ao lânguido G, de lagarto de contas, não calcula a alhada em que está metido, se não lhe der o devido valor. Reencontrado o angélico A, somos levados a pensar - que ingenuidade - num elegante déjà vu, quando, na realidade, é um novo reflexo do espelho embaciado por biscoitos e bolinhos de forno, no bulício do pequeno almoço. Se olharmos para o L, com o devido respeito, sentimos nele algo de tailandesa no arrozal, de convicções fortes e mão certeira, postura de junco e base de templo. Ah! - aspiramos fundo, no silêncio do H – façamos uma pausa. Mais tarde, nada impede que se encontre o A, pela terceira vez, na cor amarela, e muito menos que se rasgue um sorriso de satisfação ao sentir o coração tão quente, tão primário. Mesmo inevitável, é semicerrar os olhos ao poderoso S, de sol, de fim dos enigmas e do princípio da sorte.

1 comentário:

Anónimo disse...

Speechless!!!!

E não é fácil deixar-me sem nada para dizer...