20110429

Bayon, Angkor, Cambodja Eles dizem que o tempo vai mudar e eles raramente se enganam. O tempo muda, inexoravelmente, e nós, que guardamos um resto de despeito para estas ocasiões, soltamos uns remoques que se colocam entre a fina ironia e a asneira da grossa. Mas eles é que a sabem toda. Foram eles que fizeram este lindo serviço de colocar as coisas no estado em que elas estão. O que nos vale, são as nossas vitórias e as nossas alegrias, quando eles são massacrados. O que lhes vale, a eles, é serem vagos, pois logo que ganham forma e lhes conhecemos o conteúdo (ou a ausência de dele), tornam-se um de nós. Tornam-se contra eles. Somos assim como a rã de Kyoto e a rã de Osaka que, tentando ver mais além, se apoiam uma na outra, em pé nas patas traseiras, ficando com os olhos voltados para trás, a julgar que o futuro é algo maçadoramente igual ao caminho já percorrido.

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