20110617

Viseu, Portugal Aos desenquadrados Nesta casa imaginada que me corta em divisões de sentir não tenho nada de mexer, as convulsões Ó meu rico, abençoado (salivei no meu pregão) deixa tocar-te no lado que livra da culpa o pão Olha o trapo como enfaixa desidrata a polpa seca da menina traça e racha a imagem, que apodreça Chegue cá essa indiferença passe o cheiro a alho podre martelada, a minha crença escorre na fossa salobre Salta o povo, pinga o cio mancha a morte do diacho sobe o sonho em desafio queima-se a pele cá por baixo Os olhos piscam às moças como sal grosso nas feridas os tachos engolem as poças das entranhas, das bebidas Nesta noite de orvalho mói-se o corpo ao relento chega o dia, fecha o talho fecham-se os olhos ao tempo Plantei um manjerico bem no fundo da garganta quando carmim vem o grito sai da cor da esperança Quando te roubei um beijo já sem vida, já sem nada vazio de todo o desejo enterrei-te na calçada Quantas festas deste santo não tocaram o meu rosto corto a cruz o seco pranto apresento-me ao desgosto

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