20120728

Barcelona, Espanha

Uma menina não rebenta as águas, como um petardo sem maneiras; sussurra um riacho melodioso. E quando se é assim tão surpreendente, desprezam-se os momentos óbvios e chega-se naquele que ninguém conta e que é tão inesperado por todos.
Sendo imensa, no ínfimo detalhe, não se deixa marcar por ferros ou sugar pela voracidade do mecânico, mas desliza em gratidão, sulcando apenas e só uns quantos punhados de corações.
Quantos não falantes, são escutados assim? Que outros olhos fechados conseguem ter a alma tão espelhada? Sem pena dobrou o choro, sem mácula dobrará o riso. Estranho poder, o da fragilidade.
Foi quase no fim que nasceu, lá longe, como num chuveiro, deixando-nos a gotejar. Agora é preciso contar-lhe as histórias para que, quando abrir os olhos, nos reconheça como iguais.

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