20120721

Abu Simbel, Egipto

Puxo cada onda que se desfaz como mais uma coberta para cima do corpo. Descoberto, pela indiferença com que se é queimado vivo, assim o gelo me quebra.
O areal é imenso, no seu isolamento, e a pele esboroa-se em poeiras sílicas, cíclicas como a nortada. Mesmo os que voam sobre a podridão meditam aqui, alinhando as penas ao molhe.
Ao fundo, a névoa forma cargueiros sinuosos e faz parecer fácil uma vida sonhada no mar.

Sem comentários: