20160504


Malhão, Alentejo, Portugal

Ah, que felicidade imensa se retira de uma caminhada antropomórfica. Sentir-se bravio no deambular cabreiro pela mata virgem. As levadas connosco, as fileiras mudas de fetos novos. Ali, os cornos de um diabo popular, mais além, a cabeça petrificada de uma velha sem corpo. Que rota burlesca. Um eucalipto com as folhas em pé franze-me o sobrolho e a barbela. O peso do meu passo quebra os galhos como ossos.
Procuramos o humano nos bosques quando o urbano não é mais do que um emaranhado de sebes.

1 comentário:

Delfim Loureiro disse...

Emaranhado de sebes, possíveis vias labirínticas...