Xcaret, Península do Iucatão, México
- A minha filha fez febre – lançou a mãe, orgulhosa.
- Hm, uma febrezita? – bocejou a outra mãe, perdida em pensamentos de leite.
- Febrezita? Mais de 70 graus! Prostrou todo o infantário. – cantou gloriosa, a primeira, em honra da petiza rosada.
- A minha, – ignorou a outra com um sorriso – fez um berreiro tal, no Domingo, que derreteu a paciência da congregação inteira enquanto vomitava nos 27 cestos da colecta, o anjinho.
- Eu, quando chego a casa, – ribombou a progenitora como uma peça de artilharia – nunca sei o que vou encontrar; aliás, muitas vezes nem a encontro, de tão virada do avesso que está; é só entranhas, canos e mortos velhos, de tão levada da breca que a minha menina é.
- Nem queira saber o que a minha fez, ainda há dias; atirou com os sete volumes do Proust da estante abaixo e meteu à boca todas as páginas que tinham notas de rodapé escritas a lápis pelo pai. - esbofeteou com alvura a maternal adversária.
Nisto, uma terceira mãe entra em cena - "Mui alegre e prazenteira, mui ufana e esclarecida, mui perfeita e mui luzida, muito mais que de antes era."
Sem comentários:
Enviar um comentário