Chichén Itzá, México
Deixei crescer uma barba. Não é propriamente uma barba e, sejamos rigorosos, ela está-se nas tintas para o que eu a deixo ou não deixo fazer. Seria então mais correcto dizer que uma nuvem tomou conta da minha cabeça. Quem me vê a passar numa galeria comercial apinhada, olha em redor, receando chuva.
Ultimamente está tão crescida que comecei a tropeçar nela, na barbicha, como eu carinhosamente lhe chamo. Devia-me sentir orgulhoso, mas sinto-me a asfixiar. Ela é agora um arbusto imenso - não - um pinhal manso apertado daqueles que os excursionistas que vêm apreciar as amendoeiras em flor imaginam ocultar o monte onde irão comer qualquer coisa e pendurar as suas camas de rede, durante a tarde.
Como monte que sou, agora, custa-me muito passear até à baixa ou fazer a marginal ao domingo de manhã. Travei conhecimento com uma família de toupeiras que me tratam com muita consideração. Dizem-me que grandes áreas da minha barba (chamo-lhe minha, ainda) estão a ser devoradas pelas chamas e que apenas a zona do bigode foi considerada reserva protegida.
Tudo isto entristece-me profundamente. Nunca me gostei de ver só de bigode.
3 comentários:
Caro Rui,
Estás a dar água pela barba àqueles que se auto-intitulam de escritores, aliás estás a dar-lhes um grande BIGODE...
Parabéns pelas amendoeiras em flor que nos ofereces ...
tchiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ,o enorme problema de no "meio é que está a virtude" ... antes que também ele pegue fogo .... -CORTA!
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um beijo
Caro Anónimo,
Agradeço as palavras encorajadoras.
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